quinta-feira, 17 de março de 2011

UM QUÊ TERAPÊUTICO

(Aos colegas que têm no abraço, canto, riso ou
outros quaisquer que têm um quê terapêutico)

Amigo de gente; amor exigente.
Abraça com braços, te agarras, sem garras.
Empresta-te a mão, dar-te “uma mão”.
Nunca sendo tuas próprias mãos.
É joelhos ou teus artelhos, sem ser teus pés, pernas, pensar...
É ombro, abrigo, antigo, mola.
Não à esmola, proteção ou escora,
Às vezes duras e afiadas esporas.
À caminhada sem medo, por trilhos ledos...
Deixa a sós, sem jogar na solidão.
Professor, ator ou espectador, jamais sendo bufão.
Empresta calor humano sem deixar de ter a situação terapêutica à mão.
Empático à entrevista primeira àquele que em chamas diz:
Não há saída, caso similar ao meu não existe...
Sou dos entes os viventes o mais infeliz.
Feliz ao receber o preço justo e a paga do lavor.
Profissional realizado na alta da saudável despedida daquele que diz:
Não devia ter vindo. Tempo perdido. Só teria me resolvido...
Terapeuta: é quem chorar sem chorar.
Cirurgião que ver estranhas entranhas, sem bisturi.
Mestre sem giz.
Vicário penitente, vidente pelos métodos
e técnicas de ontem ou presentes.
Não faz com humanos experimentos,
mas, com humana experiência, ousa;
Corre riscos, sem colocar em perigo a quem estar ao lado.
Entrevista sem inquirir, questiona sem investigar;
Analisa, perscruta, pesquisa sem vasculhar;
Diagnostica, sem rotular; confronta, sem comparar.
Educa, sem treinar; acompanha, sem guiar...
Busca sem devassar; diz a verdade, sem expor – pois verdade não dói,
Só dita se constrói.
Já que, perpassa, trespassa, dissecar, sentimento, valores, crenças, atitudes;
Antes entrincheiradas, dantes jamais encontráveis.
Sondada, penetradas, nunca como desafios à curiosidade da busca pela busca;
Mas, com propósito, mas, com firme plano, mas com metas claras da ajuda...
Enock Guimarães
Brasília – DF, 21/04/03

Superdotados do Afeto

Há tantos que são hábeis a declarar guerra que a paz encerra; que esterilizam a terra;
Há tantos que são hábeis a poluir a vida da gente inocente;
que são hábeis do poder do ter sem ser e do ser sem ter.
Fruto da ilusão que os deixam sós, por terem retardo da solidariedade;
Por serem débeis de afeto.
Que julguem incapaz tua capacidade mental,
de produzir bens para a mídia vender, em um consumo sem rumo;
Que mensurem como incapaz tua habilidade física e mental de gerir bens de capital;
Que move a ganância e promove distância da razão.
Que avaliem como incapaz tua virtualidade psíquica de seduzir o povo
ao dispêndio de novo, da beleza descartável, o prazer da moda, o poder fortuito. Imensurável é, contudo, teu jeito, teu gesto, de ser, de se ver, de saber e viver a vida, o poder, o prazer, o ter.
Inacessível é teu afeto que inflama que eclode em chamas explode, que amas e se doa; Quando discriminado se esconde, não se sabe para onde, mais do que logo reaparece e voa; porque ama perdoa.
Quem é infradotado de afeto, quem do outro, o retorno imediato evoca, quem ama e sempre quer troca; Cuidar de ti é uma cruz, porque requer doação quanto tu te doas.
Requer renuncia do orgulho egoísta, da vaidade medíocre, da ambição avarenta. Requer optar: por si, a pesar de si mesmo;
Pela alta estima em lugar da visão mesquinha,
Requer preferir às pessoas em vez de objetos;
Pela qualidade de vida em vez da quantidade de bens.
Requer dos pais profissionalismo, aos profissionais paternidades sem paternalismo,
com sensibilidade sem sentimentalismo; com afetividade sem afetação.
Porque os cuidados dados a ti, sempre serão retribuídos em impagáveis afeições que nutre os que cambaleam da inanição de afeto.
Que hão de ensinar a andar com firmeza na terra caminhando para os céus.
Ah! Quantos não aprenderiam de ti se tivessem a capacidade de ter a sensibilidade para perceber a profundidade: do teu andar cambaleado,
de teu falar balbuciado, e teu abraço amassado,
do teu beijo babado e teu olhar!... E teu riso, sorriso, amenos, sinceros, pequenos, mistérios serenos quiméricos de meninos, travessos, surdinos: Mereço!?
E tuas lágrimas?!
Nos julgam, nos avaliam, nos purgam... Às vezes solitários no rosto por trás um sorriso de candura, de doçura, nos dizendo: os absolvo porque são débeis de afeto.
Enock Almeida Guimarães
Psicólogo
www.imparonline.com.br E-mail: enock01@hotmail.com

SUPER DOTADOS DO AFETO


terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O GRITO DO SILÊNCIO

Senhor, que grito quero calar com meu grito?!
Grito de devoção, moleza do coração?!
Grito afogando os cantos, quando mais quero é chorar pelos cantos...
Ou um grito de dor, que imerge o amor!?
Que ambição quero esconder em meu estender de mãos?
Faze-me, ver que meu amigo não merece.”
Faze-me complacente... contudo sincero!”
Principalmente ao meu amigo interior...Não o enganes,
O reprimido, sem importar o tempo... um dia sê-lo-á expelido...
Cobrando um alto preço! Sofrida paga.
Faze-me ler, ouvir e entender o grito sufocado, da mãe silente;
Olhos fitos e fixos ao afago capilar ao filho doente,
Anestesiando o coração, elixir da vida.
Faze-me, Senhor, que eu minta ao orgulhar-me, envergonhe-me e deixe;
Porém, verdadeiro seja em humilhar-me, orgulhe-me em te, e permaneça...
Não me deixas, mesmo sabendo que à liberdade não tolhes,
que:- com meu andar olhando para cima, querendo ver-te, pise meu irmão à minha frente...
- com meu grito de liberdade escravize alguém,
ou minha busca de felicidade, infelicite o próximo, exceto os invejosos...
- com meus gritos atrás do púlpito, deixe de ouvir o louvor do teu povo, da minha família, da tua família...
- com meus gritos em oração, queira esconder-me de ti, qual Adão ao pecar,
ou com a Bíblia nos olhos a use como traves ou entrave a outrem.
Senhor, abra-me os ouvidos d’alma a ouvir de prazer:
- o grito grato, das garras humanas solto, o trêmulo, indefeso pássaro livre voar;
- o grito grato, mostrado em mero riso, àquele que me fechou no trânsito, pegou a vaga há horas cassada, por meu jeito e simples gesto, comunicando, ok, tudo certo, acontece!
- o grito grato do meu ser ao saber que minha vitória só será triunfo, quando for para o crescimento do meu irmão, testemunho de Cristo e louvor do teu nome.
Esta é minha oração muda, porém muito ouvinte, ao teu convite à tua obra,Em o nome de Cristo, Jesus, o Senhor,
Amém!
Enock Almeida GuimarãesBrasília, DF, 13 de setembro 2008

A competitividade é consigo mesmo e assim mesmo com gentileza

TEOLOGIA DAS RELAÇÕES HUMANAS

Que pensamos sobre o tema: Teologia das Relações Humanas.
Para uma melhor compreensão acerca do assunto, faz-se necessário colocar algumas observações conceituais, como:
- Teologia neste contexto, é a ciência que estudo a relação de Deus com o homem.
- E, relações humanas é o estudo da vivência do ser humano em seus diversos níveis. Este relacionamento é tanto em nível pessoal como social e ecológico.
Há um texto bíblico escrito por João em sua primeira Epístola que retrata muito bem o que se quer dizer sobre Teologia das Relações Humanas. Ele diz: "Ninguém jamais viu a Deus, se amarmos uns aos outros. Deus permanece em nós e o seu amor é em nós aperfeiçoado"'; Jo. 4.12; Este texto engloba bem o tema em questão, ou seja, um bom relacionamento com Deus implica em um bom relacionamento consigo mesmo e com as outras pessoas, e a recíproca é verdadeira também. O ser humano não existe desassociado ou alienado de si mesmo, do outro ou de Deus. Sem esta trilogia há uma incompletude existencial e até essencial do Ser.
Viver bem é ser hábil em dirimir conflitos:
- Sejam eles internos: Jesus no deserto durante quarenta dias lutou sua luta interior, tendo o "inimigo" como seu adversário, mas, optou por servir ao Pai;
- Sejam eles familiares: Jesus em Canná da Galiléia soube distinguir entre o momento de sua mãe e o momento de Deus; .
- Sejam eles entre sua equipe de trabalho: Jesus resolveu muito bem a questão entre os apóstolos quanto à porfia de quem deveria sentar a sua direita ou a sua esquerda, dizendo: Quem quiser ser o primeiro, que seja o último;
- Sejam eles conflitos com o próprio Deus: Jesus soube dirimi-Io em oração no jardim do Getsémani ao orar dizendo: "Pai passa de mim este cálice, mas, seja feita conforme tua vontade".
Quando se fala em relações humanas, implica que haja outros tipos de relações.
Há relações entre pessoas que não sejam humanas? Neste caso, que são relações humanas?
Quanto à primeira questão não vamos dizer que as relações não humanas sejam entre os animais irracionais, porque isto é uma tremenda bobagem. O relacionamento entre os animais não humanos, ditos irracionais, são todos os relacionamentos instintivos, que sua agressividade é somente para a preservação de espécie, como ataque ou defesa. Excetuando os adestrados, mas, são desvios provocados pelo homem.
Quanto à segunda questão, relações humanas são relacionamentos humanizantes, saudáveis.
Nesta relação, os sujeitos se sentem amados e livres para amar, valorizado e valorizantes; espontâneos e criativos. Todos se sentem seguros e dão garantia, mesmo sem palavras, de segurança a quem o cerca. Há uma ética comportamental, emocional, postural, intrínseca, sem cobrança, mas, natural, leve, um convite ao aconchego. Mesmo na solidão não se atraiçou; e isto não por medo do castigo ou de ser descoberto, mas, por sua inabilidade e incapacidade para tal. A palavra vale tanto ou mais que o escrito. Torna-se servo de quem lho prestou confiança.
Relacionamento humanizante não é propriedade privada do cristão, mas, deve ser o natural e o comum a todos. .
Posto que esta é a oração sacerdotal de Jesus quando roga, expressando-se assim: Rogo... Por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua Palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós... Jo. 17.21.­
Nesta ambiência o lar é refúgio, a igreja é paraíso, o ambiente de trabalho é família...
A competitividade é consigo mesmo e mesmo as_ com gentileza, respeitando os limites e variáveis, contudo séria e honesta. Porque para que Relações Humanas saudáveis, necessita-se de pessoas saudáveis.
Enock Guimarães

domingo, 13 de fevereiro de 2011

MULHER FEIA: UMA PARÁBOLA

Mulher Feia

Que ofusca e encandeia
Não tens beleza d’arte, nem o it que as donzelas aformoseia;
Não tens das criaturas as 1ímpidas plásticas que ao belo campeia
Que, do andar a aparência aponta,
Deformidade e insipidez sem contas.
Não agradas, inspiras, nem imperas,
Pois, o que em ti opera, é a feiúra que carregas tanta,
Onde nada atrai, tudo espanta.
Mulher feia
Sem trato nos atos, nem atrativos nos traços.
Há sobre a Terra alguém
Tão audaz, tão bobo capaz de querer-te?
Ou ao menos que se apiede em ver-te?
Tornar-te-ás alguém a ti de amor cativo?
Teu féleo e acre aspecto torna perplexo,
Da coruja, os filhos,
Do espelho e o reflexo.
Mulher feia:
Se algo de belo, em teu interior, há;
Hiberna, latente vegeta;
Ou de tímido a tempos feneceu.
Mulher feia! Feia!
Mas, qual química estranha, tua é,
Que em mim se prega e entranha,
Que viver sem ti meu coração não quer?!
Qual dependência da abelha, os cravos,
A levar o pólen, a flor,
Sou "doulos", teu servil escravo,
D'um tristonho olhar teu que for.
Porque, nas retículas das minhas retinas,
A química que tens, alquimiza teu corpo em sereia,
Que embeleza todo teu ser diante de minh'alma,
Que ela se acalma e metamorfoseando-te
Em uma linda mulher...
Enock Guimarães – JANEIRO/2011